quinta-feira, 10 de setembro de 2009

olhos

Teus olhos me olham longamente, / imperiosamente... / de dentro deles teu amor me espia. / Teus olhos me olham/ de alma que quer ser corpo, / de criação que anseia ser criatura / Tua mão contém a minha / de momento a momento: é uma ave aflita / meu pensamento na tua mão. / Nada me dizes, / porém entra-me a carne a persuasão / de que teus dedos criam raízes na minha mão. / Teu olhar abre os braços, / de longe, à forma inquieta de meu ser; / abre os braços e enlaça-me toda a alma. / Tem teu lindo olhar / penetrações supremas / e sinto, por senti-lo, tal prazer, / há nos meus poros tal palpitação, / que me vem a ilusão de que se vai abrir / todo meu corpo em poemas

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